A fronteira sul do meu país era o Tejo.
Sentava-me muitas vezes no pontão de Belém, simplesmente a olhar gaivotas desaustinadas, peixes na calhandrice da babugem, namorados lânguidos com olhos de lua, cães vadios - os grandes sabedores da vida de sobrevivência - velhos marinheiros de rio, blusas de flanela desbotadas (...).
A outra margem seduzia-me. Achava deslumbrante passar de barco para o Porto Brandão, navegar nas águas inquietas do estuário até à Trafaria, enfrentando o mar com a coragem henriquina de quem chega ao novo mundo numa casquinha de noz (...)."
Vítor Serpa
(photografia por Jane)
Vítor Serpa
(photografia por Jane)
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