Os diários.
Comecei a escrever no verão dos meus onze anos e parei aos dezasseis. Não sei precisar a razão pela qual deixei de o fazer, mas sei que muitas vezes sinto a falta que me faz.
Tenho-os todos numerados, e as chavinhas guardadas numa pequena caixa de lata no fundo de uma gaveta, no meu quarto.
Raramente os releio mas, quando o faço, sou assaltada por sentimentos de saudade tão fortes que acabo por os guardar de novo. Ou, então, dá-me vontade de rir.
Agradeço a mim mesma por ter escrito, detalhadamente, tudo o que aconteceu ao longo da maior parte da minha adolescência – onde quase tudo é permitido porque somos novos mas onde nem tudo é permitido porque já somos quase adultos.
Acontecia que eu encontrava as respostas, seleccionava direcções e seguia o caminho sem precisar de recorrer a ninguém. Era eu para mim.
Agora, quando estou irritada, bato com as portas. Não deixa de ser uma saída…
1 comentário:
Ainda bem que nunca tive diários... Provavelmente, se os tivesse tido, só falariam de erecções.
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