Numa tarde de final de verão, o carro da minha irmã avariou-se em plena estrada e tivemos de chamar o reboque. Depois de um periodo de espera médio, que ainda deu para uma senhora nos ter tentado vender casas no meio da rua, lá vislumbrámos o reboque. Lá dentro vinha um rapaz, o Pedro, muito prestável, que nos deu logo um calendário de bolso com o número dele caso fosse necessário. O Pedro lá tratou de meter o carrinho em cima do reboque, repetindo a frase "esta máquina faz quase tudo sozinha" umas três vezes. Depois de tudo pronto eu e a minha irmã subimos para o veiculo, e lá nos instalámos ao lado do Pedro. Confesso que estava entusiasmada, afinal de contas, não é todos os dias que se anda de reboque.
Lá iamos nós no alto, numa viagem saltitante (os bancos oscilavam mais do que seria de esperar) e com o carrinho atrás (ainda cheguei a olhar umas vezes por cima do ombro com a sensação de que vinha alguém a seguir-nos, mas lá me lembrava que afinal era mesmo só o nosso carro. Enfim, falta de hábito), quando de repente, em pleno Monsanto, se cruza connosco um carro da escola de condução, onde tirei a carta, com o meu querido e paciente instrutor lá dentro.
Ainda hoje não sei se ele me reconheceu, mas sei que olhou na minha direcção e eu esbocei-lhe um sorriso timido, pelo sim pelo não, quase que a querer justificar-me, pois imaginei o que lhe deve ter passado pela cabeça, tendo em conta a despassarada que eu era nas aulas de condução e vendo-me ele dentro dum reboque...
1 comentário:
Ando nesta teia a navegar
Sem rumo na minha embarcação
Deixo o convite para visitar
Uma página com boa disposição
Blog-saudações
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