quarta-feira, 5 de março de 2008

"daqueles posts"

Este vai ser daqueles posts típicos a reclamar de qualquer coisa do nosso belo país. Não estava nos meus planos fazê-lo, até porque não vai adiantar nada, mas estou tão irritada que tenho de "desabafar".

Cheguei pelas 21h30 a casa e estou cansada, doem-me as pernas e os braços. Poderia ser um bom sinal, pois podia ser cansaço de exercício físico gasto num ginásio ou por ter estado a nadar ou a fazer qualquer outra coisa realmente saudável para o corpo, mas não. As dores nas pernas devem-se ao facto de ter andado a percorrer os quase infindáveis corredores e escadas do gigantesco Hospital S.M., e as dores nos braços apareceram por ter andado quase 10h a empurrar uma cadeira de rodas. Realmente não parece nada de mais, sou mais uma entre tantas centenas, e é verdade, mas não quer dizer que o sistema esteja correcto. O meu objectivo aqui não é falar do meu problema, mas sim falar topicamente sobre o dia de hoje no hospital da nossa cidade. Posso começar pelas portas, que dividem a rua do local das urgências, que não fecham (e estamos a falar de duas portas bem largas e, já agora, há que recordar que não estamos propriamente numa altura de calor), provocando correntes de ar geladas exactamente no sítio onde estão pacientes em macas e em cadeiras de rodas (que surgem uns a seguir aos outros) horas e horas à espera. Ainda em relação ao local das urgências, posso referir que é uma odisseia a conjugação, no mesmo espaço, entre macas e cadeiras de rodas, uma vez que os corredores são imensamente estreitos para tanta afluência e dimensões dos aparelhos. Um instrumento para medir a tensão para três salas parece-vos suficiente? Pois, não é. O frio e a corrente de ar juntamente com o tempo de espera alteraram-me a paciência, mas pior foi a senhora doutora do consultório das urgências. Porquê? Primeiro porque não demonstrou qualquer tipo de sensibilidade (ao que eu respondi que, uma vez que somos leigos e que estamos deste lado que, por si só já não é fácil, se ela podia fazer o favor de explicar o que se estava a passar - entre outras coisas); segundo, porque sacou do espelho e do baton a meio da consulta e pôs-se a maquilhar (lancei-lhe o meu olhar frio, ela percebeu e apressou-se a guardar); terceiro, porque pegou na sua bebida de lata com palhinha, sorvendo a bebida de tal modo que fez um barulho significativamente alto (ok, aqui deu-me vontade rir) e quarto, porque falou com a enfermeira sobre outros pacientes quase que a gozar, a rir. Dar a refeição ao paciente num corredor (sim, o mesmo da corrente de ar, aliás, acho que naquele piso todos os corredores estavam a ser invadidos pelo ar gélido da rua) também é giro, não é? Elevadores onde circulam qualquer tipo de pacientes em macas, e não só, juntamente com visitas e outros, também é algo que me faz muita confusão, e não é preciso pensar muito para perceber porquê. Passar mais de metade do tempo a roçar o meus jeans no chão imundo do hospital porque a espera é imensa e está tudo tão caótico, também não é agradável. Entre estas, muitas coisas mais que agora nem vale a pena expor.

No meio de tanta coisa chata, também tenho de dar a mão à palmatória e dizer que os enfermeiros são impecáveis, bem dispostos, prestáveis e sempre a tentar animar os pacientes.

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