terça-feira, 4 de março de 2008

para o R., que é o único que percebe

Levo lápis de cera para te desenhar as formas das nuvens, que só descobres pelos meus olhos. Construimos, juntos, um planeta cor-de-rosa e amarelo em forma de tapete voador que transportamos durante uma noite inteira nas nossas mãos. Em vez do balão, podiamos passear nas costas de uma borboleta, daquelas que têm um mapa desenhado nas asas. Imagina que o mapa nos levava a um buraco de árvore, daqueles em que dizes que ha bichinhos, e esses bichinhos guardavam as tais pérolas verdes que estão juntas três a três; Não ficávamos ricos porque as pérolas se desfazem na água, mas ficávamos amigos dos bichinhos que nos iam contar histórias dos outros bichos maiores da floresta e, assim, ficavamos a saber o que os esquilos fazem de manhã. Agora, já está escuro e os nossos cavalos-marinhos adormeceram, estou quase a ir brincar com eles nos meus sonhos mas, antes disso, precisava de te dar um beijinho na ponta do nariz.

Março/2006