Eu vivo com saudades todos os dias. Tenho saudades disto e daquilo, de coisas, de sabores, de cheiros, de toques, de pessoas, de espaços. Uma boa parte de mim está presa ao que foi, ao que já não volta e à esperança de conseguir reconstituir o que quero que volte. Presa aos momentos que podiam ter sido perfeitos, mas que me passaram ao lado, só me apercebendo disso mais tarde do que devia. Vivo com e de memórias e não quero abdicar delas por nada. Fazem mais mal que bem, diriam alguns. Eu digo que elas estão gravadas nos meus passos, em cada fio de cabelo e em cada milimetro da minha pele. Muitas vezes fecho os olhos no embalo das recordações e só queria voltar atrás, aproveitar mais, fazer mais, arriscar mais e pensar menos nas consequências do arriscar, do aproveitar, do fazer.
Eu vivo com saudades todos os dias. Saudades do que consigo suportar e saudades do que me é intolerável. Saudades de vozes e saudades de cores. Até saudades de dores. Saudades disto e daquilo.
Quando não tenho saudades, tenho sonhos.
1 comentário:
Como é bom viver de saudades e de sonhos... creio que a maior parte da minha vida é disso exactamente que vivo. E assim vou sobrevivendo...
Mas há momentos em que é necessário ir avaivar memórias... para que as saudades não esfriem...
Um beijinho
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