terça-feira, 5 de agosto de 2008

O R. perguntou-me há pouco por que é que eu não ia. Depois de me ouvir a falar, com um nó na garganta, daquilo que mais me faz falta nesta época, ele perguntou simplesmente por que é que eu não ia. Não vou porque para além de viver de saudades, vivo com macaquinhos no sótão. Penso de mais nisto e naquilo. Pondero. Volto a pensar. Formulo hipóteses. E no fim, quando podia sair da minha boca apenas um “sim, tens razão, vou!” cheio de convicção, limito-me a desistir com uma frase repleta de mil e uma justificações em que metade delas devem dar vontade de rir à maioria das pessoas. Nem eu própria me convenço daquilo que digo e por isso guardo no bolso as tais hipóteses para mais tarde dar uma vista de olhos mentalmente, mais uma vez. E isto repete-se dia após dia e eu finjo que tenho muito tempo e que estou realmente a pensar no assunto, mas a verdade é que o tempo não estica e eu já tenho a decisão tomada, por mais que pondere.

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