Muitas vezes apetece-me desistir de tudo. Enervo-me, venho para casa esbracejar com jeitos dramáticos, coloco a voz num tom acima e falo e falo, irritada. É em jeito de desabafo, não passa disso, eu sei que não. Daí fazê-lo como se estivesse a representar, pois na verdade nem eu me levo a sério. Porque sei que no dia seguinte me vou voltar a sentar na fila da frente, de lábios semi-abertos de espanto, de olhos esbugalhados de curiosidade, com sede de saber mais e com a caneta azul na mão sempre pronta para anotar tudo.
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