Exijo passivamente. Não sou do género de mandar que me façam isto ou aquilo, que ajam como quero. Não sou assim. Prefiro esperar no meu canto para ver como as coisas se desenrolam, para ver se flúem conforme acredito que devem fluir. Quando acontece tudo ao contrário daquilo que espero, sinto-me traída, triste, vazia. Posta a um canto e ultrapassada. Fico assim sobretudo porque sei como iria reagir perante a mesma situação, conheço-me e sei que iria dar de mim. Abordar as coisas de outra forma. Infelizmente espero sempre mais, o que leva a desilusões. Deveria partir do principio que só se espera o nada, assim tudo o resto que venha por acréscimo é recebido com um sorriso de contentamento e surpresa. Mas não sou capaz de o fazer, porque não sou assim. Porque acredito que há um compromisso implícito para com certas pessoas que fazem parte de nós. Porque acredito que deve haver respeito e nada melhor do que nos colocarmos no lugar de quem está a sofrer para podermos repensar melhor a nossa posição e os nossos actos. Muitas vezes as respostas de que precisamos são-nos dadas apenas por esse pequeno exercício, que é deslocarmo-nos de nós mesmo e pormo-nos empaticamente no lugar do outro. Tudo fica mais claro. Nestes últimos dias, que não têm sido nada fáceis, aprendi com aquilo por que tenho passado (que, comparando com outras situações, não é nada), retirei lições daqui e dali, abriu-me os olhos para os limites de quem me rodeia.
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