segunda-feira, 29 de junho de 2009

Apesar das noites passadas praticamente em branco quando não estou na minha cama nem com a minha almofada, consigo sentir uma paz maior, um aperto menos angustiante no peito, na casa que fica a quinze minutos da minha. Aqui, os pensamentos não param uns a seguir aos outros. Um puxa o outro, mesmo sem uma ligação aparente. Não há espaço para pensamentos leves nem toleráveis e as soluções surgem para rapidamente serem postas de parte por não haver força de vontade, por estar envolta numa inércia e receios constantes. Olho-me ao espelho e também não gosto do que vejo. Comparo-me com conhecidos e desconhecidos e só me apetece enfiar a cabeça debaixo da almofada para não ouvir ninguém a refilar nem a queixar-se daquilo que têm a mais do que eu e que não dão valor. As palavras dos outros, que tudo têm, dão-me vontade de gritar, de lhes dizer como são patéticos e egocêntricos por se queixarem do que têm a mais, a mim, que tenho de menos. Ou por não terem a sensibilidade de perceberem que nem tudo pode ser dito da mesma forma à mesma pessoa. Eu ouço, engulo, penso e repenso, sorrio, aconselho. Calo-me sobre mim ou então caem-me lágrimas ao pé de quem me mima e abraça.

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