Espreitei pelo vidro rectangular da grande porta de madeira, à distância suficiente para que quem lá estava dentro não reparar em mim. Senti saudades daquela sala enorme, das cadeiras de madeira pouco confortáveis e dos apontamentos anotados com a bic azul, à pressa e com abreviaturas. Lembrei-me da vontade de rir que tínhamos durante as aulas e dos comentários que fazíamos sobre tudo. Agora estavam eles ali, de caras rosadas e de olhos baixos, compenetrados. Compenetração suficiente para compensar a dispersão do resto do semestre. Invejo-os. Dava tudo para estar ali, a ouvir o meu coração a interromper o silêncio e com as mãos a tremer enquanto não lia o enunciado.
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