quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Já não sonhava contigo há muito tempo. Mais de um ano, talvez? Apareceste diferente… cabelos mais claros e a fisionomia ligeiramente alterada. Mas acho que o sorriso estava lá, tal como a tonalidade dos olhos. Continuavas tu. Era de noite e estavam todos encostados ao muro feito de pedra sobre pedra numa qualquer parte da ilha que não reconheci. Não te identifiquei imediatamente, na verdade só reparei na tua presença porque alguém dentro do carro disse o teu nome, assim, como se fosse uma banalidade. Imediatamente pedi para encostarem o carro. Acho que saí ainda com ele em andamento, tal era a ânsia. Aproximei-me sorridente mas a medo, porque podias não me reconhecer… vendo bem, já passaram cinco anos desde a última vez que nos vimos e que passeámos pela minha cidade comigo a fazer de cicerone. Fixaste os olhos em mim e escancaraste um sorriso sincero. Reconheceste-me tão bem. A tua expressão dizia que tinhas tantas saudades quanto eu. Abraçámo-nos com força, felizes com o reencontro, finalmente.

Continuo sem saber se estás vivo. O que aconteceu naquele dia a seguir àquela conversa. Há pontas soltas nas respostas que me dão. Arrepio-me só de pensar...

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