domingo, 30 de setembro de 2007
Saudade Dói - Miguel Falabella
Em alguma outra vida, devemos ter feito algo de muito grave, para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o MC Donald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o MC Donald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
no meu mundo perfeito...
... acordaria sempre bem-disposta e sem olheiras independentemente do número de horas de sono!
A beleza da loucura dos sonhos está em acreditar que eles têm origem no lado pantanoso da nossa mente, onde estão presos, mas não quietos, todos os nossos desejos e pensamentos inexprimíveis e repudiados que se afundam mais e mais de cada vez que tentam importunar-nos naquilo que se transforma em pesadelo.
sábado, 29 de setembro de 2007
não à "ana"
Estas foram as imagens utilizadas nos outdoors para a, já tão falada, campanha "não à anorexia".
O fotógrafo é Olivero Toscani e a modelo, de 26 anos, é Isabelle Caro que sofre de anorexia desde os 13 anos e pesa 31Kg.
Estive a pesquisar e encontrei o blog da Isabelle:
http://isabellecomedienne.vox.com/profile/neighbors/
assim como o seu book:
http://www.casting.fr/fra/web/mem/crd/crd-01.php?usr=106270
As fotografias mostram uma realidade chocante de casos que não são assim tão escassos hoje em dia, contudo, a modelo continua a exibir o seu escanzelado corpo nas fotografias do seu book e blog... de braço dado com a "ana".
Edelweiss
os fios
Subo com pressa uma rua que só desce quem está disposto a perder, enquanto as nuvens se organizam de modo a proteger os meus olhos, pouco despertos, e a minha pele, desprotegida, da tentação prazerosa do toque dos fios dourados que caem ao longo do meu caminho.
Os Filhos - Gibran Khalil
Os vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertencem.
Podeis dar-lhes o vosso amor mas não os vossos pensamentos, pois eles têm os seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar os seus corpos mas não as suas almas.
Pois as suas almas vivem na casa do amanhã, que vós não podereis visitar, nem em sonhos.
Podereis tentar ser como eles, mas não tenteis torná-los como vós.
Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem.
Vós sois os arcos de onde os vossos filhos, quais flechas vivas, serão lançados.
O arqueiro vê o sinal no caminho do infinito e Ele com o Seu poder faz com que as Suas flechas partam rápidas e cheguem longe.
Que a vossa inflexão na mão do Arqueiro seja para a alegria;
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
Também ama o arco que se mantém estável.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertencem.
Podeis dar-lhes o vosso amor mas não os vossos pensamentos, pois eles têm os seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar os seus corpos mas não as suas almas.
Pois as suas almas vivem na casa do amanhã, que vós não podereis visitar, nem em sonhos.
Podereis tentar ser como eles, mas não tenteis torná-los como vós.
Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem.
Vós sois os arcos de onde os vossos filhos, quais flechas vivas, serão lançados.
O arqueiro vê o sinal no caminho do infinito e Ele com o Seu poder faz com que as Suas flechas partam rápidas e cheguem longe.
Que a vossa inflexão na mão do Arqueiro seja para a alegria;
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
Também ama o arco que se mantém estável.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Os diários.
Comecei a escrever no verão dos meus onze anos e parei aos dezasseis. Não sei precisar a razão pela qual deixei de o fazer, mas sei que muitas vezes sinto a falta que me faz.
Tenho-os todos numerados, e as chavinhas guardadas numa pequena caixa de lata no fundo de uma gaveta, no meu quarto.
Raramente os releio mas, quando o faço, sou assaltada por sentimentos de saudade tão fortes que acabo por os guardar de novo. Ou, então, dá-me vontade de rir.
Agradeço a mim mesma por ter escrito, detalhadamente, tudo o que aconteceu ao longo da maior parte da minha adolescência – onde quase tudo é permitido porque somos novos mas onde nem tudo é permitido porque já somos quase adultos.
Acontecia que eu encontrava as respostas, seleccionava direcções e seguia o caminho sem precisar de recorrer a ninguém. Era eu para mim.
Agora, quando estou irritada, bato com as portas. Não deixa de ser uma saída…
Comecei a escrever no verão dos meus onze anos e parei aos dezasseis. Não sei precisar a razão pela qual deixei de o fazer, mas sei que muitas vezes sinto a falta que me faz.
Tenho-os todos numerados, e as chavinhas guardadas numa pequena caixa de lata no fundo de uma gaveta, no meu quarto.
Raramente os releio mas, quando o faço, sou assaltada por sentimentos de saudade tão fortes que acabo por os guardar de novo. Ou, então, dá-me vontade de rir.
Agradeço a mim mesma por ter escrito, detalhadamente, tudo o que aconteceu ao longo da maior parte da minha adolescência – onde quase tudo é permitido porque somos novos mas onde nem tudo é permitido porque já somos quase adultos.
Acontecia que eu encontrava as respostas, seleccionava direcções e seguia o caminho sem precisar de recorrer a ninguém. Era eu para mim.
Agora, quando estou irritada, bato com as portas. Não deixa de ser uma saída…
domingo, 2 de setembro de 2007
indo eu, indo eu...
Vou agora para o Algarve... Não vou ter internet, mas vou carregada de livros e de música, de duas dezenas de filmes e, claro, da minha máquina fotográfica...
bye bye
bye bye
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