Hoje perguntei-lhe desde quando é que tínhamos esta “ligação” ainda sem nome. Não sei se foi desde o primeiro dia em que nos vimos e que colocou a cabeça no meu colo a pedir cafuné, se foi da primeira vez que me roubou um beijo ou se foi na tarde do abraço catártico que durou minutos e minutos. O que eu sinto é que a empatia foi imediata, ou quase imediata, e isto comigo é raro acontecer. Passei de tardes e dias seguidos a defender os meus sentimentos de escudo em punho e a fugir, literalmente, agarrada à minha mala, para tardes aninhada nele, a ver filmes e de dedos entrelaçados. Gosto do que estamos a construir aos poucos. Gosto da não pressão, dos não rótulos, dos sentimentos que estão a crescer sem pressa. Gosto das gargalhadas no ouvido das argolas iguais nas nossas orelhas do sorriso fantástico que me faz derreter dos olhos pestanudos que fazem comichão na minha bochecha do Oh! da pele que se arrepia com o meu toque das mãos dadas na rua da expressão quando finge que dorme de enterrar a cara no pescoço do cheiro do cabelo castanho claro de percorrer o dedo da testa até ao queixo de despentear o cabelão de embirrar dos beijinhos nos olhos fechados da veia do pescoço das covas no final das costas dos pés entrelaçados de pegar em mim como se eu fosse um pinypon de morder os ombros largos do sinal no dedo da cicatriz igual à minha no indicador direito da preocupação dos abraços dos abraços dos abraços onde me sinto pequenina e com um sorriso gigante de olhos fechados.
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