segunda-feira, 7 de julho de 2008

Encolhida sou quase do tamanho dela.

(Jane)
Esta não me pertence, mas é de quem me ofereceu a minha guitarra.

Quero tocar.
A minha impaciência característica e a falta de jeito não me deixam ir mais além.
Ralho comigo.

sete do sete

and so what?!

Como dizia Freud,

não nascemos e morremos uma única vez: estamos constantemente a nascer e a morrer ao longo da nossa existência. A meu ver, os tais nascimentos podem ser pelas mais pequenas coisas, pelos mais pequenos prazeres e, na maior parte das vezes, com direito a morrer logo logo em seguida, para depois voltar a nascer. Nascemos, se formos pessoas mentalmente sadias, sempre com mais força, sempre com mais experiência, com outro olhar perante o resto, para melhor ou para pior, mas nunca igual ao anterior. Contudo, quem me dera ter todos estes nascimentos sem ser preciso passar pelo outro lado da moeda.

primeiro, deste lado.

Sei que vou querer que aqueles quarenta ou cinquenta minutos de quinta-feira estiquem como um balão, porque tenho tanta, tanta coisa para contar... Estou com muita vontade de chegar lá e desbobinar todos os meus fantasmas, tudo aquilo em que penso, as minhas dúvidas e os meus medos, mesmo os mais recôndidos. Tenho uma curiosidade imensa em saber como é estar deste lado e vou tentar aprender e absorver tudo pelos olhos e pelos ouvidos para que, daqui a uns tempos, possa estar do outro lado da mesa com toda a confiança deste mundo. Mas sempre com a simplicidade suficiente para nunca dar nada como garantido.

Admito que nos últimos tempos a paixão pela futura profissão que escolhi apoderou-se de mim de um modo mesmo intenso, como nunca tinha sentido.

domingo, 6 de julho de 2008

Apetecem-me flores.

oferecidas.

solzinho bom

para usar e abusar dos vestidos e sentir-me leve leve.

sábado, 5 de julho de 2008

e mais,

tal como quero devorar livros, também me quero pôr em dia com os filmes. Começando já hoje. Bendito vizinho do lado.

nestas férias

quero comprar livros até ir à falência.
Tenho fome de livros.

(photografia por Jane)

Espreitar um fim de tarde através dos troncos que parecem desenhados a tinta da china.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

coisas

Hoje acordei com vontade de ter o meu cabelo comprido outra vez, com as ondulações naturais e com os laivos de castanho mais claro por causa do sol e do sal da praia, tal como no verão passado. Ou de ter o meu cabelo comprido e esticado, pintado de castanho bem escuro e com franja como tinha ha uns meses.
Tenho saudades dos meus cabelos antigos.

LICENCIADA!!!

Segue-se o mestrado em Psicologia Clinica.

dentro da barriga

Ando em pulgas, a minha cabeça está a mil, só faço contas e imagino como será quando a barriga começar a crescer, como será quando o bebé começar a dançar lá dentro, o cheirinho único a bebé, as mãos minúsculas e o corpinho frágil.
Ontem entrei em duas lojas para comprar qualquer coisinha básica para o enxoval, mas só havia babygrows em cor-de-rosa (apesar de ter esperança que seja rapariga prefiro não arriscar) ou em azul. Sei que sou uma precipitada, ainda nem se fez a ecografia e ainda faltam uns mesinhos para saber, mas estou tão contente que me apetece já tudo, apetece chegar ao calendário e rasgar as folhas até chegar o mês de Março.

...

As notas deslizam para fora das colunas ao compasso da música. Enrolam-se nos meus pés, nas mãos e modelam-me o corpo conforme lhes apetece. Sou inteiramente dominada e mesmo assim sinto-me livre. Mais livre do que nunca.

Se

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na luta por um bem definitivo
Em que as coisas de amor se eternizassem.


Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Agora que estou quase oficialmente de férias, sabe-me tão bem retomar a minha ginástica matinal que esteve parada devido aos exames.
Quero saltar de uma falésia, inspirar o cheiro a maresia, abrir os braços e voar.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

apetecia-me estar assim


(Jane - Porto 2006)

terça-feira, 1 de julho de 2008

positivo!!!


Estou radiante, mas ainda é cedo para maiores manifestações.
Até lá, espero que tudo corra lindamente.
feliz feliz feliz!
"Temos algo."

segunda-feira, 30 de junho de 2008

my first kiss

Há momentos, particularmente na vida duma rapariga, que nos acompanham para sempre. O primeiro beijo é um deles. O meu foi numa casa “assaltada” por nós na baía da ilha, num verão algures nos anos 90. Era de tarde, estava um dia de praia esplêndido e não correu tão bem como seria de esperar. O melhor de tudo é que o menino do beijo ficou meu amigo desde essa altura e agora, sempre que nos lembramos dessa tarde, apontamos o dedo um ao outro e rimo-nos da inexperiência e da ingenuidade de cada um.

sábado, 28 de junho de 2008

Desato o cabelo que estava arranjado de forma a realçar o pescoço longo e fino. Já solto, cai duma vez só até roçar os ombros. Descalço as sandálias de salto alto novas, que calcei por me fazerem realçar os quase inexistentes músculos das pernas. Dispo o vestido que cuidadosamente escolhi por tanto destacar o que mais gosto no meu corpo, como ao mesmo tempo também disfarçar o que menos gosto. Estou nua e viro-me para o espelho. Encaro-me como tantas outras vezes, com a diferença de que quase sempre olho para este corpo de soslaio ou pela metade, como se o facto de apenas não olhar tornasse inexistente aquilo que me deixa constrangida. Mas desta vez é diferente, desta vez preciso de me contemplar e aceitar aquilo que vejo, sem comparações, sem embaraços. Os pés de dedos pequenos e paralelamente em escadinha. A cicatriz no joelho esquerdo feita em pequena, não sei onde nem como. A queimadura do tamanho de uma gota, um pouco mais acima, que ali está desde o verão de 96. As pernas de bonitos contornos mas muito pouco definidas que até há pouco estavam escondidas dentro do vestido. Os braços finos, mãos bonitas de unhas quase sempre arranjadas mas com peles roídas em alturas menos fáceis. Uma cicatriz de um corte no polegar direito e uma pequena marca no dedo indicador da mesma mão. Os olhos castanhos e grandes prendem-se no tronco, a minha zona preferida não só pelos sinais estrategicamente situados, mas pelos ombros, pelas costas e pelo pescoço. Gosto. Olho para fotografias de há três anos e já noto diferenças na minha face. Tenho medo, não quero envelhecer. Experimento expressões, arregalo os olhos, faço caretas, aperto porções de pele aqui e ali e imagino como seria sem esses bocadinhos a mais, ou se tivesse mais peito. Olho-me e penso como é extraordinário que, às vezes, nem sequer consigamos olhar para o nosso próprio corpo. É isto que eu sou, sou também esta matéria, com todas as imperfeições. Tento falar em voz alta, aprofundar aquilo que sou, aquilo que sou por dentro, mas não consigo. Se contemplar o que está por fora custa, fazer o mesmo com o que está por dentro pior ainda. As lágrimas acabam por invadir os olhos, oh por tantos motivos… mas sobretudo porque encerro no meu corpo o peso doutro corpo, porque os meus ouvidos transbordam de conversas e de sons de gargalhadas dadas em conjunto, assim como os meus olhos têm registados os momentos envoltos na luz ténue. O meu próprio corpo é uma caixa de recordações e, neste momento, já as lágrimas deixaram de ter vergonha e passaram a rolar pelas bochechas caindo para o meu peito, para o coração.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

coisas

acordarem-me a meio dos meus sonhos deixa-me irritada!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Nestas últimas semanas não tenho tido tempo para quase nada. O meus olhos estão cansados de folhas com apontamentos escritos à mão, com sublinhados e cores, de letras escritas à pressa com a bic azul e com acrescentos a lapiseira. O corpo pede-me sol e água salgada, os olhos pedem-me a máquina fotográfica para tirar fotografias exaustivamente e a mente pede-me conversas e gargalhadas que provocam dores de barriga junto dos amigos de sempre. Espero que esteja quase!

seja quando for

Vontade de aterrar, de sair pela porta e descer as escadas do avião como se fosse dona do mundo, ou melhor, daquele pedaço de terra.
Seja quando for.