sábado, 16 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
4h07
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
agora
terça-feira, 12 de agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
sábado, 9 de agosto de 2008
até breve
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
coisas
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
o baú que não fecha
anos e anos em frases.
O R. perguntou-me há pouco por que é que eu não ia. Depois de me ouvir a falar, com um nó na garganta, daquilo que mais me faz falta nesta época, ele perguntou simplesmente por que é que eu não ia. Não vou porque para além de viver de saudades, vivo com macaquinhos no sótão. Penso de mais nisto e naquilo. Pondero. Volto a pensar. Formulo hipóteses. E no fim, quando podia sair da minha boca apenas um “sim, tens razão, vou!” cheio de convicção, limito-me a desistir com uma frase repleta de mil e uma justificações em que metade delas devem dar vontade de rir à maioria das pessoas. Nem eu própria me convenço daquilo que digo e por isso guardo no bolso as tais hipóteses para mais tarde dar uma vista de olhos mentalmente, mais uma vez. E isto repete-se dia após dia e eu finjo que tenho muito tempo e que estou realmente a pensar no assunto, mas a verdade é que o tempo não estica e eu já tenho a decisão tomada, por mais que pondere.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Eu vivo com saudades todos os dias. Tenho saudades disto e daquilo, de coisas, de sabores, de cheiros, de toques, de pessoas, de espaços. Uma boa parte de mim está presa ao que foi, ao que já não volta e à esperança de conseguir reconstituir o que quero que volte. Presa aos momentos que podiam ter sido perfeitos, mas que me passaram ao lado, só me apercebendo disso mais tarde do que devia. Vivo com e de memórias e não quero abdicar delas por nada. Fazem mais mal que bem, diriam alguns. Eu digo que elas estão gravadas nos meus passos, em cada fio de cabelo e em cada milimetro da minha pele. Muitas vezes fecho os olhos no embalo das recordações e só queria voltar atrás, aproveitar mais, fazer mais, arriscar mais e pensar menos nas consequências do arriscar, do aproveitar, do fazer.
Eu vivo com saudades todos os dias. Saudades do que consigo suportar e saudades do que me é intolerável. Saudades de vozes e saudades de cores. Até saudades de dores. Saudades disto e daquilo.
Quando não tenho saudades, tenho sonhos.