sábado, 16 de agosto de 2008

Onde se esconderam as noites abafadas de verão?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008


A lua há três noites atrás.

Há tempo que não me sentia tão desprendida e com tanta vontade a borbulhar cá dentro.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

em lista de espera

passagem semi-marcada.

4h07

Acabadinha de chegar a casa depois de uma noite de dança, que me soube pela vida, num bar em Cascais. Dança, risos, pessoas novas, matar saudades com abraços. E nada melhor para terminar do que contemplar o mar negro da noite com o reflexo da lua quase cheia enquanto se aconchega o estômago numa roulotte brasileira. O mar faz-me lembrar noites de antigamente, lá na ilha, e penso em voltar.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

laços que quero sempre


nem que seja só por causa do frio que nos faz tiritar.

agora

É meia-noite e meia e passeio pela casa, irrequieta. O R. chegou há três horas de Inglaterra e conto os minutos para o abraçar oito meses depois da última vez que estivemos juntos. Atrasou-se. Já está cá mas atrasou-se. E eu que odeio esperar fico irrequieta, impaciente, começo a deitar fumo pelo nariz. E depois tenho saudades [e sono] e isso não ajuda.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Apercebo-me que quero continuar solteira por muito tempo quando olho em volta e vejo como as pessoas são enganadas mesmo à frente do seu nariz.

domingo, 10 de agosto de 2008

estes [poucos] dias







Tardes com salpicos de água. Noites com vento. Bochechas encarnadas. Abelhas na relva.

sábado, 9 de agosto de 2008

até breve

Vou passar três dias fora, aqui pertinho de Lisboa, mas sempre dá para mudar de ares. Lá não devo ter internet, por isso até segunda!

Acabei de os fazer. Mais um solitário e um par. Ficam mais giros postos do que parecem aqui.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Lá fora está tanto vento que parece uma noite de Outono.

coisas

Depois de quase um ano na blogosfera, concluo que metade das visitas diárias que fazem ao meu blog vêm do Brasil em busca do blog do Miguel Falabella através do google, só porque escrevi isto há uns meses. Além disso, também me apercebi que, apesar de ter muitas visitas diárias regulares, as pessoas são timidas e não comentam. Ora vamo'lá a comentar!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008


Hoje passei pela loja, um pouco à pressa, mas apeteceu-me comprar algumas peças só para experimentar. Simplórios mas gostei do que fiz. Agora é só usar.

só um desabafo

não suporto erros ortográficos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A mudança deixa sempre marcas, mesmo que só sejam perceptíveis muito tempo depois e em pormenores insignificantes. Por exemplo, apercebi-me agora de que não consigo partilhar as minhas fotografias ridiculas recentes com ninguém, à semelhança de ontem, em que me apercebi que também não faz sentido ligar para comentar sobre uma patetice que surgiu no momento. Acontece que há coisas que só fazem sentido com uma determinada pessoa, tenha ela o papel que tiver na nossa vida. Assim se processam as mudanças e adaptações.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

o baú que não fecha



Envelopes feitos de páginas de revistas; desenhos do lado de fora dos envelopes; os famosos "por avião"; promessas que não se cumpriram; palavras que ainda hoje aconchegam; contactos perdidos; pensar como algumas coisas eram e como tudo muda com o tempo; relatos de férias; saudades; pedidos; perguntas importantes; desabafos; segredos do género "top secret"; elogios...

anos e anos em frases.
Tenho de voltar a pegar nos pincéis e nas tintas. Apetece-me. O papel amolece e depois de seco fica ondulado. Num dia bom, até gosto daquilo que faço e penduro na parede. Apetece-me. E tenho telas em branco guardadas há tanto tempo...

O meu telemóvel tem uma zebra de madeira. No outro dia reparei que ela estava triste e perguntei-lhe o que se passava mas ela não falou comigo, como sempre. Reparei que lhe faltava um braço, procurei na minha mala mas não havia braço nenhum lá dentro. Procurei em redor e nada. Deve ter caido na rua sem eu dar por isso e, como ela não fala comigo, não me avisou. A zebra continua sem sorrir e está a perder a cor, acho que é de tristeza. Agora vou dormir, mas sempre que me deito pergunto-me se ela conseguirá dormir em paz mesmo assim. Ela continua sem falar comigo, acho que tem medo que eu descubra que de noite, mesmo sem o seu pequeno braço, se desprende do telemóvel e que vai dar palestras aos outros animaizinhos de madeira e de papel do meu quarto sobre como é a vida lá fora.

O R. perguntou-me há pouco por que é que eu não ia. Depois de me ouvir a falar, com um nó na garganta, daquilo que mais me faz falta nesta época, ele perguntou simplesmente por que é que eu não ia. Não vou porque para além de viver de saudades, vivo com macaquinhos no sótão. Penso de mais nisto e naquilo. Pondero. Volto a pensar. Formulo hipóteses. E no fim, quando podia sair da minha boca apenas um “sim, tens razão, vou!” cheio de convicção, limito-me a desistir com uma frase repleta de mil e uma justificações em que metade delas devem dar vontade de rir à maioria das pessoas. Nem eu própria me convenço daquilo que digo e por isso guardo no bolso as tais hipóteses para mais tarde dar uma vista de olhos mentalmente, mais uma vez. E isto repete-se dia após dia e eu finjo que tenho muito tempo e que estou realmente a pensar no assunto, mas a verdade é que o tempo não estica e eu já tenho a decisão tomada, por mais que pondere.

A pausa afinal foi curta.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

este blog vai ficar em "pause"

(que, à semelhança da vida lá fora, às vezes também é preciso)

Eu vivo com saudades todos os dias. Tenho saudades disto e daquilo, de coisas, de sabores, de cheiros, de toques, de pessoas, de espaços. Uma boa parte de mim está presa ao que foi, ao que já não volta e à esperança de conseguir reconstituir o que quero que volte. Presa aos momentos que podiam ter sido perfeitos, mas que me passaram ao lado, só me apercebendo disso mais tarde do que devia. Vivo com e de memórias e não quero abdicar delas por nada. Fazem mais mal que bem, diriam alguns. Eu digo que elas estão gravadas nos meus passos, em cada fio de cabelo e em cada milimetro da minha pele. Muitas vezes fecho os olhos no embalo das recordações e só queria voltar atrás, aproveitar mais, fazer mais, arriscar mais e pensar menos nas consequências do arriscar, do aproveitar, do fazer.

Eu vivo com saudades todos os dias. Saudades do que consigo suportar e saudades do que me é intolerável. Saudades de vozes e saudades de cores. Até saudades de dores. Saudades disto e daquilo.

Quando não tenho saudades, tenho sonhos.



Algumas leituras deste verão.