quinta-feira, 29 de maio de 2008
tentei.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
14.Fev.2006
(photografia por Jane)
terça-feira, 27 de maio de 2008
sobrinho
segunda-feira, 26 de maio de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
coisas
sexta-feira, 23 de maio de 2008
nós
Todos os bocadinhos sabem bem, é como se renovassem a alma mesmo quando não estão todos presentes, como hoje. É assim que me sinto.
sonho
coisas
quinta-feira, 22 de maio de 2008
domingo, 18 de maio de 2008
Hoje de tarde o sol chamou-me para a rua. Apetecia-me ver pessoas e sentir o sol a queimar a cara e os braços. Percorri as ruas perto de Alfama e da Baixa e acabei sentada, a meio da Rua Augusta, num degrau. À minha frente estavam os índios a tocar as flautas de pã do costume. Não me importo que eles sejam já um hábito por aquela zona, gosto sempre de ouvir as músicas mais, ou menos, originais que eles têm para oferecer a quem quer que passe. Hoje, por se aplicarem mais por ser sábado ou talvez por ter ficado mais tempo a ouvi-los, soou-me bem melhor do que quando passo por eles à pressa. Sentei-me, então, no degrau, de frente para todas aquelas penas coloridas, caras pintadas, cabelos negros compridos entrançados, flautas de pã e tambores. Eles sorriam e o meu pé batia levemente no chão a marcar o ritmo.
Admito que corri o fecho da mala umas duas vezes para pegar no telemóvel e enviar uma mensagem a dizer que estava ali. Mas não tive coragem. Precisava de estar sozinha no meio da multidão. Estar ali sentada de corpo franzino e óculos escuros e sentir-me tanto notada como ignorada.
Entre mim, e o sítio onde eles estavam, passaram centenas de pessoas durante aquela hora e pouco em que ali estive parada. Vi o sol a esconder-se atrás das escassas nuvens brancas e a trazer o ar mais frio, que me fez vestir o fino casaco de malha, e a voltar a aparecer e fazer-me despir novamente o casaco. Tive tempo para ver uma criança a ser o centro das atenções porque dançava ao som da música dos índios. Tive tempo para ver um mendigo de barbas grisalhas e pele estragada pelo sol, em roupas quentes e chapéu azul, completamente estático no meio das pessoas que se movimentavam para lá e para cá. Notava-se que estava no seu próprio mundo há muito tempo e que já nada mais importava. Tive tempo para ver uma mulher a ajudar o marido a levantar-se do degrau ao meu lado, onde parou para descansar e donde tinha dificuldades em se levantar. Foram os dois embora abraçados. Tive tempo para observar, fazer suposições e imaginar histórias de vida de algumas pessoas que paravam perto de mim a assistir aos índios. Por mim passaram todo o tipo de andares, todo o tipo de expressões faciais e características; pessoas daqui e dali que eu queria que me levassem com elas; caras risonhas e até chorosas e outras totalmente neutras. Estava completamente absorta naquele cenário que me proporcionava todo o tipo de histórias utópicas, que mal dei conta que um rapaz se tinha sentado ao meu lado e que estava a falar comigo. Trocámos algumas palavras em inglês e quando dei conta estava a ser puxada para dançar. Uns segundos depois estava a dirigir-me para o Terreiro do Paço. Já não fazia sentido permanecer ali.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
coisas
quinta-feira, 15 de maio de 2008
hoje
terça-feira, 13 de maio de 2008
domingo, 11 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
quarta-feira, 7 de maio de 2008
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Ela acorda tarde. Noutra altura qualquer o motivo teria sido por ter ficado até às tantas a ler, ou a ver filmes, mas desta vez não. Aliás, nos últimos tempos não é isso que acontece. Ela acorda tarde porque não consegue adormecer. A partir do momento em que encosta a cabeça na almofada e afasta os cabelos para não lhe fazerem calor, todas as coisas que durante o dia tenta manter afastadas do pensamento resolvem aparecer. É quase como que se abrissem as portas de um armário que está atafulhado de coisas até cima durante muito tempo e tudo caísse para o chão num abrir e fechar de olhos. O silêncio e o escuro do quarto despoletam os pensamentos que, agora, parecem fluir com uma facilidade assustadora. Vira-se para o outro lado, como se isso fosse espantar o que se passa dentro dela, mas sem qualquer efeito. Algum tempo depois começa a conseguir adormecer, mas logo nos primeiros instantes é a cara dele que surge. É tão fácil para ela fechar os olhos, seja onde e quando for, e traçar mental e perfeitamente os contornos do corpo dele sem esquecer um único pormenor. Desde a linha do cabelo, passando pelos contornos perfeitos do pescoço. O toque na pele morena e macia ainda lhe permanece na ponta dos dedos. Finalmente adormece.
domingo, 4 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
Hoje
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Há 8 anos...
...carregava o meu discman verde na mochila para ouvir música no autocarro e nos intervalos, no muro do pátio do liceu, mas com todos os cuidados, se não arriscava-me a ouvir a música aos solavancos. Tinha de me limitar a um único CD, ou então, levar à parte uma bolsa do mesmo tamanho do discman, cheia deles.
...tinha uma mochila cinzenta e azul-escura da Quicksilver, que usava só pendurada por uma alça ou então com as duas alças e abaixo do rabo, de preferência.
...usava um guizo nas calças que se ouvia à distância e uma pulseira tipo fio-de-lavatório com mais um guizo e uma chave de cadeado. Também usava atacadores grossos, de cores. Bem, na verdade, queria ser dread.
...recebi o meu primeiro telemóvel. Era verde, tinha um visor rectangular minúsculo, era pesado e fazia questão de usá-lo no bolso das calças. Dávamos constantemente toques uns aos outros, coisa que ainda hoje não percebo por que fazíamos, mas na altura era importante.
...passava as noites no mIRC e baldei-me a uma aula pela primeira vez.
...tinha de colocar o olho no buraquinho da máquina fotográfica e passar o dedo para rodar uma peçazinha, de modo a colocar a máquina pronta para a próxima fotografia.
Há apenas 8 anos eu tinha 14 anos e era tudo bem diferente.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Alberto Caeiro