Assistir a uma peça de teatro com o som e o azul do mar como fundo. Abraçar gente conhecida. Surpreender pessoas que não esperavam ver-me depois de quatro anos. Trocar contactos com pessoas que já não via há muito tempo. Passar horas dentro de água a apanhar ondas enormes e a meter-me debaixo delas. Ouvir pronúncia micaelense por todo o lado. Desejar que apanhem o barco de volta no dia seguinte para que a calma volte à ilha. Banho de mar às oito da noite. Vir para casa, arranjar-me e apanhar boleia dum amigo reencontrado, numa carrinha apinhada de gente. Terceirenses, micaelenses, marienses e eu única lisboeta. Rir com a pronúncia, rir com as piadas. Chegar, encarar caras conhecidas. Comprar bilhete para o festival. O carimbo fluorescente na mão esquerda (que já é habitual desde os meus nove anos) que permite entrar e sair do recinto. Dançar ritmos cubanos. Dançar reggae francês. Ponto de encontro com a companheira de cockpit. Companhia do amigo reencontrado durante toda a noite. Ansiar por favas nas barraquinhas e darem-me umas favas intragáveis. Música céltica junto ao mar. Palco no castelo apinhado. Sento-me no muro a descansar porque os pés já dão sinais de cansaço. Mais pessoas que me vêem, mais abraços, um “vê se apareces, gostei de te ver” que me surpreendeu. Ver pessoas que de uma forma ou outra já fizeram parte da minha vida na infância. O céu estrelado como nunca vi em mais lado nenhum. Identifico sem qualquer dificuldade a ursa maior, a menor e a cassiopeia.
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