quinta-feira, 28 de agosto de 2008

azores V

Passeio rápido a contra-relógio à baía [a minha baía] por especial favor do amigo reencontrado. Respirar fundo antes de virar a esquina cá de cima, encarar a paisagem colossal que parece uma aguarela. Alguma decepção devido a algumas mudanças, mas todos os locais essenciais estão lá, praticamente intactos. Não pensar em nada, sair do carro, disparar fotografias por todo o lado para absorver a paisagem de todas as formas possíveis porque os sentidos não chegam: retina, cheiro, tacto, fotografias. O cheiro que não consigo decifrar está lá. Está em muitos sitios, mas principalmente lá. Não consigo desvendar, mas inalo-o conscientemente vezes seguidas. Ver o mar límpido, transparente, azul claro e escuro cá de cima. Descer as escadas da praia com o único objectivo de mergulhar naquela água. Ainda me lembro do sitio das rochas. Uma de cada lado, compridas, e a da direita tem uma argola na ponta. Só se pode tomar banho no meio. Sinto-me em casa, como se o mar me cumprimentasse e a areia quisesse penetrar-me na pele para sempre. Procuro no muro alto, feito de pedra sobre pedra, uma pedrinha solta para trazer no meu bolso. Encontro uma e tenho o desejo secreto de que ela lá esteja já há muitos anos e parece que sim, pelo tom.

Café depois de jantar com outro reencontrado. Pôr a conversa em dia. Porco-espinho na estrada. Pedir para parar o carro para eu poder sair e ir ver o animal de perto. Os meus olhos a brilhar porque nunca tinha visto um porco-espinho de perto. É igual aos desenhos das histórias infantis.




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