sexta-feira, 16 de maio de 2008
coisas
quinta-feira, 15 de maio de 2008
hoje
terça-feira, 13 de maio de 2008
domingo, 11 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
sexta-feira, 9 de maio de 2008
quarta-feira, 7 de maio de 2008
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Ela acorda tarde. Noutra altura qualquer o motivo teria sido por ter ficado até às tantas a ler, ou a ver filmes, mas desta vez não. Aliás, nos últimos tempos não é isso que acontece. Ela acorda tarde porque não consegue adormecer. A partir do momento em que encosta a cabeça na almofada e afasta os cabelos para não lhe fazerem calor, todas as coisas que durante o dia tenta manter afastadas do pensamento resolvem aparecer. É quase como que se abrissem as portas de um armário que está atafulhado de coisas até cima durante muito tempo e tudo caísse para o chão num abrir e fechar de olhos. O silêncio e o escuro do quarto despoletam os pensamentos que, agora, parecem fluir com uma facilidade assustadora. Vira-se para o outro lado, como se isso fosse espantar o que se passa dentro dela, mas sem qualquer efeito. Algum tempo depois começa a conseguir adormecer, mas logo nos primeiros instantes é a cara dele que surge. É tão fácil para ela fechar os olhos, seja onde e quando for, e traçar mental e perfeitamente os contornos do corpo dele sem esquecer um único pormenor. Desde a linha do cabelo, passando pelos contornos perfeitos do pescoço. O toque na pele morena e macia ainda lhe permanece na ponta dos dedos. Finalmente adormece.
domingo, 4 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
Hoje
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Há 8 anos...
...carregava o meu discman verde na mochila para ouvir música no autocarro e nos intervalos, no muro do pátio do liceu, mas com todos os cuidados, se não arriscava-me a ouvir a música aos solavancos. Tinha de me limitar a um único CD, ou então, levar à parte uma bolsa do mesmo tamanho do discman, cheia deles.
...tinha uma mochila cinzenta e azul-escura da Quicksilver, que usava só pendurada por uma alça ou então com as duas alças e abaixo do rabo, de preferência.
...usava um guizo nas calças que se ouvia à distância e uma pulseira tipo fio-de-lavatório com mais um guizo e uma chave de cadeado. Também usava atacadores grossos, de cores. Bem, na verdade, queria ser dread.
...recebi o meu primeiro telemóvel. Era verde, tinha um visor rectangular minúsculo, era pesado e fazia questão de usá-lo no bolso das calças. Dávamos constantemente toques uns aos outros, coisa que ainda hoje não percebo por que fazíamos, mas na altura era importante.
...passava as noites no mIRC e baldei-me a uma aula pela primeira vez.
...tinha de colocar o olho no buraquinho da máquina fotográfica e passar o dedo para rodar uma peçazinha, de modo a colocar a máquina pronta para a próxima fotografia.
Há apenas 8 anos eu tinha 14 anos e era tudo bem diferente.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Alberto Caeiro