A narina esquerda entupida; a dor de cabeça que chega até aos olhos e que me pressiona a testa; os olhos semi-cerrados, quentes, doentios e brilhantes da febre; a moleza do corpo que me pôs a dormir ferrada duas vezes durante a tarde e os ouvidos que estalam e ficam tapados de vez em quando; a tosse e a comichão na garganta. A gripe que não me deixa fazer o que tenho de fazer. Começo, sem querer, a acumular trabalho. Outra vez. O trabalho que não me apetece, que não consigo, que não me deixa e que me faz pôr tudo em causa.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
dentro da barriga [XV]
domingo, 16 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
coisas
surpresa
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
hoje
Abro os olhos devagar. Fecho-os de seguida, porque ainda estou sonolenta. Volto a abri-los e de repente a realidade actual invade-me de rompante. Tenho isto e isto para fazer. Para o que me incomoda falta um dia e para o que anseio faltam três. Perante isto o meu coração começa a bater mais depressa. Volto-me para o outro lado, para onde tem a janela, e tento deixar-me levar pelo sono outra vez e por isso fecho os olhos de novo. Mas o “tum tum” do coração é ensurdecedor e além disso não posso voltar a adormecer porque já são quase onze da manhã e tenho coisas para fazer. Estico a mão para fora da cama para pegar no telemóvel e voltar a confirmar as horas. Brrr está frio! Encolho-me ainda mais, enroscada nos cobertores. Envio a mensagem de bom dia que já se tornou num hábito bom e espero pela resposta que poucos segundos depois chega até mim. Volto a lembrar-me que tenho de pôr os pés fora da cama porque tenho coisas para fazer. Mas que coisas? As aulas estão passadas a limpo; os textos estão lidos; os capítulos dos livros correspondentes às aulas dadas estão lidos e sublinhados; a tradução está feita e não posso adiantar um trabalho porque antes preciso de enviar um e-mail ao professor. Por isso, que coisas tenho de fazer? Este estado de nervos e de ansiedade constante não me deixa sossegar, tenho sempre a cabeça a mil, assim como o resto do corpo. Se eu já sou agitada por natureza, então agora mal consigo parar sossegada um minuto. E o que me vai dando alento são as palavras que vou recebendo ao longo do dia, que me transportam para as últimas tardes passadas em conjunto, no meio de filmes, de risos, de abraços, de mãos entrelaçadas e de olhares. Tenho de me habituar. Aliás, quero habituar-me.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
será?
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Ultimamente os dias das minhas semanas são contados de maneira diferente do habitual. Já não passo a semana a suspirar pelo fim-de-semana apenas. Agora passo o fim-de-semana a ansiar pela terça-feira e da terça-feira até à sexta-feira parece que demora uma eternidade. A vantagem é que assim faz com que pareça que a semana passa mais depressa. E ainda não passaram dois meses desde que nos conhecemos. Por este andar vou acumular anos depressa depressa. Isto, claro, se eu deixar por artes mágicas que o muro à volta da caixinha dos sentimentos se quebre.
o tempo
A D. pôs-me a ouvir músicas antigas, as músicas do nosso tempo. Músicas que já nem me lembrava que existiam e que já não ouvia há anos, mas que reconheci logo nos primeiros segundos. Ainda as consigo cantar quase todas enquanto fico nostálgica, pois já se passaram mais de uma dezena de anos e isso assusta-me. Os anos, agora mais do que os fins-de-semana, evaporam-se, passam por mim num voo desenfreado e a velocidade assusta-me, como sempre me assustou. Agora ainda mais.