quarta-feira, 30 de abril de 2008
e de repente...
domingo, 27 de abril de 2008
fim-de-semana de baby-sitting
O dedo minúsculo e gordinho a apontar para todo o lado, enquanto ri sonoramente com os poucos dentinhos à mostra; ir buscar os livros dos animais e das cores, e virar as páginas vezes sem conta, para trás e para a frente, e mostrar-se sempre surpreendida como se estivesse a ver as imagens pela primeira vez. Sentir-me enternecida quando me sento no chão, para ficarmos as duas à mesma altura, e ela sentar-se em cima das minhas pernas porque quer que lhe conte a história do livro. Enternecer-me ainda mais quando abraça o coelhinho de peluche e se encosta a mim toda mimosa. Deitar-me ao lado dela para a adormecer porque, para ela, a noite já vai longa, e ver aqueles olhos grandes e pestanudos a fecharem-se enquanto agarra os meus dedos com força. Perceber que ela confia em mim e que vem ter comigo com os bracinhos gorduchos esticados para que eu lhe pegue ao colo, quando se sente insegura.
sábado, 26 de abril de 2008
primeiro dia [a sério] de praia
(photografia por Jane)
algures lá atrás...
E quando a primavera chegar, o calor perguntar-se-á pela bondade de cada uma das nuvens que o refrescam, cantando a falar dizendo a falar dizendo. Cada chávena de café anseia por uma ilustração imaterial de toda brancura, mais pálida e escura, que um gira-discos fatal. O gira-discos fatal é o destino que come gelados de morango. E quem sabe se cada um desses gelados não tem o código genético de um sonho? um sonho que no fundo é o eu estar, andar e voar por uma autoestrada que tinha sido feita só para autocarros?
O mundo é amarelo, mas ninguém se importa com a relva seca que cresce no fundo dos oceanos e que esconde a beleza de qualquer altar ornamental, artificial em constante veneração imprópria e desigual... do qual escorrem gotas, gotas de lágrimas feitas de lixívia que se dissolvem na lama em vez de a dissolverem com ímpeto. agora é o silêncio: do outro lado da rua vai o meu herói, olhem para ele, é ordinário. tem cristais verdes no bolso e vai almoçar. Nem sempre foi assim, muito menos quando os pássaros costumavam ser de fogo e viviam num mundo diferente do nosso
Entro na missa. A voz do padre confunde-se com o passar de um autocarro que faz trepidar as crenças de uma vela apagada que ainda deita fumo. Por debaixo do altar, um pequeno rato treme de frio, na escuridão e no inseguro.
O que seria se de nós se dormíssemos encolhidos todas as noites, fazendo com que o nós sermos verdadeiros nos metesse medo e nos fizesse estar sempre a dormir? Talvez os olhos que vi no outro dia...uns olhos em forma de rodela de kiwi, fossem as rodas de um eléctrico que sobe uma colina só porque quer ver melhor a paisagem...
Apetecia-me um chupa-chupa de limão. só porque se vê melhor o pauzinho.
Vejo homens, que levam seus cães a passear, amarrados por daquelas coleiras que se esticam e voltam para trás... estranha visão, como parece que é o cão que passeia o dono...
O livro está agora molhado, porque o livro é o eu ser um amigo do sol a não ser que seja um pedaço de folha de árvore rasgada pelo bem de uma mão e de a aragem de vento ser quente demais.
Uma lápide. branca, que parece um bolo...deixa-nos água na boca."
sobrinho
sábado, 12 de abril de 2008
segunda-feira, 7 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
All Star
1+1+1
Tenho em mim as longas noites em que “invariavelmente o amanhecer nos apanhava à conversa” sentados em degraus de prédios, em bancos de jardim, ou em raízes de árvores. Na minha grande caixa de recordações, tenho as rolhas do champanhe que de vez em quando faziam parte dos nossos passeios nocturnos; pedaços de papel rasgados das mesas de café com dedicatórias; a caixinha onde vinha a joaninha verdadeira de presente; todos os mails; os bonecos de plasticina; todos os bilhetes de locais e concertos que visitámos; os mapas da nossa Veneza magnifica e, mais importante, as pautas de piano da minha música. Mais do que tudo isto, tenho em mim as palavras sussuradas ao ouvido; os risos; os olhos nos olhos; as mãos dadas pelas cidades; as danças no meio da rua; os beijos roubados; os disparates; o termos estado perdidos pelo Lido e o poder de uma paixão. O detalhe: as pintinhas do olho direito.
Depois de tudo isto (e daquilo mais que tu sabes), triste seria não dizer que gosto de ti.
6ª Festa do Jazz do São Luiz
sexta-feira, 4 de abril de 2008
cartas no baú
Abri o baú antigo, que tenho desde sempre, e que agora mal fecha. Eu e a I. debruçámo-nos sobre as dezenas e dezenas de cartas que fui recebendo ao longo dos últimos 13 anos. Lemos as cartas que ela me enviou desde o primeiro verão que passámos juntas. As horas passaram depressa entre risos até às lágrimas, lembranças de paixonetas das quais já nem nos lembrávamos, de promessas que nunca se cumpriram e outras que sim, e traços de feitios que já naquela altura se faziam notar nas frases escritas.
o sobrinho quer um mano
*part-time