segunda-feira, 29 de junho de 2009

fim de semana

Voltar para casa de noite com a chuva miudinha e poisar-nos na pele. Um espelho. Tapar-te de madrugada. Levares-me o lanche ao quarto sem que eu dissesse sequer que estava com fome. Acordar-te com um beijinho meloso na bochecha e ser instantaneamente enrolada pelos teus braços e receber um sorriso ensonado. Ouvir o teu riso por achares piada ao que eu digo. As despedidas de abraços, beijos e de risos que duram sempre uma eternidade. Olhar para trás e estares a olhar para trás ao mesmo tempo. Dar dez passos e já ter uma mensagem tua. Chegar a casa e sentir a falta da tua presença, da tua voz, dos meus braços cheios de ti. A presença cada vez mais constante que me faz ter cada vez mais medo da perda.
"patiu-se"
As ruas por onde passo quase todos os dias e que cheiram a ervas de chá na Primavera, hoje tinham poças de água e um leve aroma a terra.
Onde se escondeu a minha força de vontade?
Apesar das noites passadas praticamente em branco quando não estou na minha cama nem com a minha almofada, consigo sentir uma paz maior, um aperto menos angustiante no peito, na casa que fica a quinze minutos da minha. Aqui, os pensamentos não param uns a seguir aos outros. Um puxa o outro, mesmo sem uma ligação aparente. Não há espaço para pensamentos leves nem toleráveis e as soluções surgem para rapidamente serem postas de parte por não haver força de vontade, por estar envolta numa inércia e receios constantes. Olho-me ao espelho e também não gosto do que vejo. Comparo-me com conhecidos e desconhecidos e só me apetece enfiar a cabeça debaixo da almofada para não ouvir ninguém a refilar nem a queixar-se daquilo que têm a mais do que eu e que não dão valor. As palavras dos outros, que tudo têm, dão-me vontade de gritar, de lhes dizer como são patéticos e egocêntricos por se queixarem do que têm a mais, a mim, que tenho de menos. Ou por não terem a sensibilidade de perceberem que nem tudo pode ser dito da mesma forma à mesma pessoa. Eu ouço, engulo, penso e repenso, sorrio, aconselho. Calo-me sobre mim ou então caem-me lágrimas ao pé de quem me mima e abraça.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

o 26 passou-se assim...





11 horas que passaram a correr.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Gilmore Girls

tenho saudades
:) somos quase psicólogas, escreveu-me ontem a V.

Eu respondi-lhe, dizendo que queria voltar ao primeiro ano, de novo.
Ontem houve a entrega dos diplomas no colégio do meu sobrinho. Chamaram o nome dele e ele subiu ao palco, com o sorriso escancarado mas meio envergonhado. Os meus olhos encheram-se automaticamente de lágrimas que teimavavam em cessar. Se é assim com o sobrinho, como será quando for com os meus filhos. Estou tramada.
Acabaram-se as frequências, acabou o meu último ano de aulas, de teorias, de auditórios e de conversas nas salas de aula. Já está a chegar a nostalgia.

terça-feira, 23 de junho de 2009


Podes apoiar-te sempre em mim, meu pequenino.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Há um amor enorme que parece que nos salta dos olhos.

domingo, 21 de junho de 2009

Já não me lembrava como era

chegar à praia com o peso do calor em cima da pele, descalçar os chinelos ao sair da passadeira de madeira, pousá-los juntamente com o saco de praia na areia, tirar o vestido e ir a correr para a água. Ter o meu sobrinho mais velho a pedir para ir brincar com ele para as ondas e aperceber-me que tenho mais medo das ondas que ele, que até me dá dicas. Já não me lembrava como era ser enrolada pela espuma das ondas que acabaram de rebentar, sentir o corpo a ser empurrado com força dum lado para o outro e ficar com o biquini cheio de areia. Já não me lembrava como era ter tanta vontade que chegasse o verão como tenho este ano!

terça-feira, 16 de junho de 2009

De mão dada pela rua, dirigiram-se a nós assim: "você e a sua mulher..."

sábado, 6 de junho de 2009

Acordar de madrugada, com o coração aos pulos, por causa de um pesadelo e ter alguém ao lado que me abraça e sossega.
Há gargalhadas sinceras, que fazem lágrimas e dores nos músculos, que só surgem com certas pessoas.

de ontem

Passe um mês, sete meses, um ou dois anos, sempre que estamos juntos parece que o tempo nunca avançou. Os feitios, as expressões, os trejeitos mantêm-se iguais. As recordações vêm sempre ao de cima nas conversas e já há falhas de memória de uns e de outros. Já se começa a falar em trabalho e já há carros à porta do restaurante. O passado já lá vai tão atrás mas ainda me sinto uma miúda, assustada com o futuro.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ossos do oficio

Há pouco descobri que a solução que um futuro engenheiro e que uma futura psicóloga dão para um mesmo assunto, é deveras mais simples pela visão do futuro engenheiro. Acontece que a futura psicóloga já não sabe o que é sentir sem interpretar, sem arranjar uma causa. Já não sabe como é ouvir conversas alheias e conhecer pessoas novas sem procurar com os olhos e com os ouvidos algo que denuncie um sintoma de uma possivel perturbação. Cansa muito, mas os psicólogos a sério dizem que é mesmo assim.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Chuva, nevoeiro, frio, tempo encoberto... qualquer coisa menos sol e temperaturas acima dos 20º. Por favor. Pelo menos até dia 24.
Com a cabeça enterrada na volumosa almofada azul, levanto a cabeça devagarinho para ele não perceber que o estou a observar. Os olhos são o que vejo primeiro, fixos nas imagens que passam na televisão. A mão continua a fazer-me festinhas no cabelo, já perdi conta dos minutos. Vejo a boca. Os lábios finos e bem desenhados. Sorrio para mim e penso como é agradável olhá-lo quase todos os dias e sentir sempre o mesmo encanto, o mesmo deslumbramento, como se fosse a primeira vez.

Don't leave my side
Don't even try