quarta-feira, 30 de julho de 2008
dentro da barriga [V]
terça-feira, 29 de julho de 2008
ontem
segunda-feira, 28 de julho de 2008
domingo, 27 de julho de 2008
sexta-feira, 25 de julho de 2008
a ilha outra e outra vez
terça-feira, 22 de julho de 2008
onde estão as crianças que, nos dias de hoje, sorriem ao receber lápis de cor?
segunda-feira, 21 de julho de 2008
coisas
dentro da barriga [III]
domingo, 20 de julho de 2008
os sonhos
(…) o panorama ou enredo do sonho tem uma existência cognitiva própria, isto é, revela-nos pensamentos a que sem eles não tínhamos acesso, pensamentos esses elaborados (concebidos) a partir de memórias somáticas e emocionais não conscientes. O sonho exprime, por imagens e cenas, o desenrolar e resultados de um processamento cognitivo extraconsciente.
Interpretar os sonhos pressupõe uma exigência cognitiva: descobrir os pensamentos latentes e perceber a gramática do sonho. O sonho faz, então, aparecer aquilo que sem ele jamais seria visto. As verdades que revela são sinais de fogo (sensações, emoções, sentimentos) que jamais se extinguiram.
O sonho transforma em pensamento e imagem o que o corpo sente sem saber que sente.
in Mais Amor Menos Doença
António Coimbra de Matos
sábado, 19 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
quinta-feira, 17 de julho de 2008
primeiro, deste lado [III]
quarta-feira, 16 de julho de 2008
hoje
narcisismo das diferenças
(…) a criança, principalmente na fase genital infantil, precisa do olhar de alguém que confira beleza ao seu corpo; assim como o adolescente vai precisar de alguém que confirme a beleza desse seu mesmo corpo.
Todavia, antes e concomitantemente, o bebé é reconhecido e investido pelo seu rosto – que o diferencia de todos os outros bebés, confirmando-o como único e o mais belo (para e pelos seus pais, designadamente a sua mãe). É esta distinção e honra de ser único e especial que o soergue do anonimato e da indiferença, colocando-o no altar da admiração e do amor. (…)
Assim, à mingua e sem investimento narcisante e isolado que então fica do corpo erótico – desde logo, do afecto -, o bebé vai crescer, por um lado, anónimo, sem identidade valorizante, e por outro, deslibinizado, sem uma sexualidade viva e um erotismo global, que se estenda da ponta dos pêlos à medula dos ossos, difundido também por toda a mente e funções do aparelho psiquico. (…)
É somente o ser exclusivo e com um rosto apreciado e amado aquele que tem acesso, não só à identidade-diferença, como ao estatuto de alguém, a dignidade sem a qual se é apenas ninguém. Um rosto que define e distingue, um rosto que valoriza e promove – um rosto que dá unidade, coesão, equilíbrio e força à mente e ao corpo, um rosto que contém e ostenta a pessoa. Sem essa unicidade e brilho, a pessoa não existe. (…)
Ter rosto significa, então, ser amado tal como se é; ser bonito porque se é amado, e não por ter olhos azuis ou pretos. Ser alguém – e não o Zé ou a Maria Ninguém – é ser objecto de amor, o objecto construído pelo amor, e não o objecto que fabrica um amor sempre falso. (…)
E, para finalizar: só desejado por aquilo que sou posso amar-me a mim mesmo, ter um narcisimo saudável e uma auto-estima confortante.
Ter rosto é, pois, ser gente – amável e amada, distinguível e distinta: em toda a acepção da palavra. Porque qualquer um de nós tem sempre algo que o distingue, o enobrece e de que se orgulha. (…) Portanto, a beleza do bebé, o seu impacte estético na mãe/pai está no olhar idealizante destes – no bebé fantasmático e imaginário, muito mais do que no bebé real.
in Mais Amor Menos Doença
António Coimbra de Matos
terça-feira, 15 de julho de 2008
encaixotar riquezas
Tenho inúmeras caixas de cartão grosso, de vários padrões, espalhadas pelo meu quarto. São caixas com pedacinhos daqui e dali, pedacinhos da minha presença, do meu movimento no mundo. Sempre dei valor aos pormenores, como um desenho num pedaço de folha rasgado, uma pena apanhada do chão numa ocasião especial, um papel de embrulho de jornal que trazia dentro o meu presente de anos. A partir de cada lembrança mínima sou capaz de contar a história de uma vida. São estas riquezas que me enchem os olhos, desprendidas de vulgaridade e de valor para os outros. Tenho uma caixa cheia de colares, colares que comprei quando era dez anos mais nova; colares que me ofereceram de presente em papel de embrulho; colares que foram retirados do pescoço de alguém e postos na minha mão com a promessa de uma eterna recordação; colares escolhidos em areais da praia aqui ao lado e de praias bem mais distantes. Ao lado, uma caixa cheia de pulseiras. Outra de brincos e mais uma de anéis. Uma outra caixa cheia de sorrisos, frios na barriga, de bilhetes de programas em conjunto, de desenhos e textos em prosa escritos de um país de leste para atenuar a saudade. Uma caixa com os meus diários, que são mais que muitos, e de postais de anos e outros. Outra caixa repleta de fotografias. Fotografias. Fotografias. Depois, a caixa que tem o mais fantástico: a máscara comprada numa rua estreita de Veneza e o que restou das brincadeiras com plasticina numa noite de Verão. Agora tenho mais uma, rectangular e com tons serenos, lá dentro tem roupinha de bebé e um amor que cresce cada vez mais. Mas esta última vai mudar de morada em breve.
a eterna saga dos vizinhos de cima
coisas
segunda-feira, 14 de julho de 2008
dia 14
sábado, 12 de julho de 2008
sexta-feira, 11 de julho de 2008
dentro da barriga [II]
quinta-feira, 10 de julho de 2008
primeiro, deste lado [II]
Pela primeira vez posso falar deste lado na primeira pessoa. A minha estreia correu bem, sem ponta de nervosismo e aconteceu tal como esperava: queria que o tempo ganhasse muitos minutos extra, o que até acabou por acontecer, mas só por ser a primeira vez. Falei, falei, falei. Comecei numa ponta e percorri todas as outras, por alto. Porque nesta área não há pontas soltas, tudo se relaciona, uma coisa leva à outra e essa a outra e por aí adiante. Bebi das palavras dela e dos gestos, pretendo guardar tudo numa caixinha cá dentro e enchê-la aos poucos com o que vou aprendendo, não só sobre mim, mas do que deve ser uma relação destas.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
sinto-me assim
o perdão
É costume ouvir-se dizer – “perdoei mas não esqueci”. Nada de mais errado psicologicamente, e portanto produto de uma convicção ilusória. O animal homem esquece, mas raramente perdoa. E simplesmente perdoar as ofensas sofridas não é a atitude psicológica mais correcta e saudável. (…) Para perdoar é preciso previamente ter acusado. Só depois de acusar, mover o processo de inculpação, é possível o perdão, a amnistia, a clemência.
Acusar não é condenar, é esclarecer. A reconciliação com o inimigo de outrora só é viável – quando o é – após a libertação do ódio e ressentimento contidos. Com falso perdão ou pseudo-reconciliação não se constrói bem-estar psíquico nem bom relacionamento.
(…) há ofensas que não se podem nem se devem perdoar – o respeito por si próprio e a dignidade a que cada um tem direito traçarão o limite do perdoável. Nem sempre o perdão é necessário à saúde mental e social; pode ser inconveniente.
in Mais Amor Menos Doença
António Coimbra de Matos
terça-feira, 8 de julho de 2008
evitamento
O impasse custa, as dúvidas ferem, mas ouvir um não redondo pode ser um abanão forte de mais.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Encolhida sou quase do tamanho dela.
Como dizia Freud,
não nascemos e morremos uma única vez: estamos constantemente a nascer e a morrer ao longo da nossa existência. A meu ver, os tais nascimentos podem ser pelas mais pequenas coisas, pelos mais pequenos prazeres e, na maior parte das vezes, com direito a morrer logo logo em seguida, para depois voltar a nascer. Nascemos, se formos pessoas mentalmente sadias, sempre com mais força, sempre com mais experiência, com outro olhar perante o resto, para melhor ou para pior, mas nunca igual ao anterior. Contudo, quem me dera ter todos estes nascimentos sem ser preciso passar pelo outro lado da moeda.
primeiro, deste lado.
Sei que vou querer que aqueles quarenta ou cinquenta minutos de quinta-feira estiquem como um balão, porque tenho tanta, tanta coisa para contar... Estou com muita vontade de chegar lá e desbobinar todos os meus fantasmas, tudo aquilo em que penso, as minhas dúvidas e os meus medos, mesmo os mais recôndidos. Tenho uma curiosidade imensa em saber como é estar deste lado e vou tentar aprender e absorver tudo pelos olhos e pelos ouvidos para que, daqui a uns tempos, possa estar do outro lado da mesa com toda a confiança deste mundo. Mas sempre com a simplicidade suficiente para nunca dar nada como garantido.
Admito que nos últimos tempos a paixão pela futura profissão que escolhi apoderou-se de mim de um modo mesmo intenso, como nunca tinha sentido.
domingo, 6 de julho de 2008
sábado, 5 de julho de 2008
e mais,
sexta-feira, 4 de julho de 2008
coisas
dentro da barriga
...
As notas deslizam para fora das colunas ao compasso da música. Enrolam-se nos meus pés, nas mãos e modelam-me o corpo conforme lhes apetece. Sou inteiramente dominada e mesmo assim sinto-me livre. Mais livre do que nunca.
Se
É porque cada instante em mim foi vivo
Na luta por um bem definitivo
Em que as coisas de amor se eternizassem.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quinta-feira, 3 de julho de 2008
quarta-feira, 2 de julho de 2008
terça-feira, 1 de julho de 2008
positivo!!!
Estou radiante, mas ainda é cedo para maiores manifestações.
Até lá, espero que tudo corra lindamente.
feliz feliz feliz!